PRECISO DE UM PATROCINADOR

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Ribeirão Preto-, Sudeste-São Paulo, Brazil
Mulher com muita sede de aprender,, de se comunicar, de aparecer,fazer amizades, gritar: Estou aqui, eu existo, me vejam, me escutem...O resto saberão conhecendo nosso blog sou uma mulher simples, não tenho formação universitária, mas gosto de ler, de me informar, aprender. Sou inquieta, estou sempre em movimento à procura do saber mais e mais. Sou Cearense lá da Ponta da Serra, Gosto de Dançar, nadar, tomar banho de chuva, não sei brigar, mas se me irritarem vão arranjar uma boa briga. Meu maior defeito: Ciúme. Minha maior qualidade: Saber ouvir e ser solidária. O que mais odeio: Mentira O que mais me importa: Minha linda família. O que mais prezo: Meus amigos, mesmo os virtuais. Não bebo, não fumo, não uso droga, só as vezes, quando me refiro a fazer sexo, digo manhosa pro meu marido: Me dar essa droga ai, vai! Já li muitos livros, já vi muitos filmes, músicas todas, depende do momento e do astral. Amizade perfeita: A que diz a verdade Desejo: Escrever um livro Sonho: Voar Super poder:Voar O que não esqueço: Meus 9 anos O lugar que voltarei: Crato-PS Desejo oprimido:Provar que tenho um pai: Dalcir Siebra Brito
Cura do Câncer: meu desejo para 2011. Tenho um motivo pessoal para pedir a todos para que coloquem essa mensagem em seu status por uma 1h. Sei quem vai colocar! Pense em alguém que vc ame que teve cancer ou está lutando agora mesmo. Meu desejo é que em 2011 a cura seja encontrada. Há muitos que podemos mencionar que lutaram e que estão lutando. Espero ver isso no status de todos os meus amigos!

Enviem dicas de fofocas, receitas saborosa, saúde, beleza, colocarei tudo diariamente.

Um sonho para viver

visitantes, quero pedir desculpas por apresentar-lhes textos cheio de erros de concordâncias, português e outros mais, Nada Justifica o fato de eu não ter formação didática, pois a leitura é a melhor forma de se aprender e o pouco que sei foi através dela. Quero ainda dizer-lhes que aceito criticas e ajuda, pois ao escrever um texto, sento-me aqui o escrevo e o posto. Quero acrescentar algo a meu respeito que poucos sabem: Eu crio, eu fantasio, mas MENTIR NUNCA, JAMAIS e por isto lhes digo é muito pretensão a minha querer escreve e ser lida e ainda por cima querer companheiros(as), mas por que ser hipócrita e não confessar que morro de desejo que todos venham visitar-me e deixe algo, uma lição que estarei disposta a cumprir...Venham
façam comigo um pouco de magia, deitemos no chão e vamos formar bichinhos com as nuvens. Vamos tomar banhos de chuva, olhar a lua em lugar sem luzes...
Venham e façam-me feliz.
Maria Irismar

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.VI

Você não pode planejar o futuro pensando no passado.

01/08/2011


Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.VI

De volta pra casa, do aeroporto de Confins do Judas, pego o ônibus e vou para Santa Maria do Carmo direto pra barraca, afinal é sexta feira e a Aline está só na barraca, seu segundo dia com toda responsabilidade com meu comercio, confiei por ser ela uma moça de bom comportamento, simpática e já acostumada com vendas e com movimento de caixa, além do mais eu precisava mesmo tirar este peso de minha cabeça. Já estava me sentindo garantida para passar a casa que construímos juntos para ele que assumiu todos e continuou morando lá cuidando de tudo. Os demais bens ele sempre comprara em seu nome. Eu estava tranquila agora. Estava me sentindo cada vez mais livre e mais dona de mim.
Aline ficou aliviada com minha volta e mostrou-se contente quando mostrei-lhe as compras feitas lá em Ribeirão Preto, mais ainda ao entregar-lhe uma lembrança que trouxe para ela.
No final do expediente, ao fecharmos o caixa e a barraca, perguntei-lhe se gostaria de continuar trabalhando para mim, foi com precisão sua resposta que sim, ficaria muito feliz em trabalhar pra mim, mas falei-lhe um pouco do meu sistema de trabalho, do meu modo de ser, das minhas exigências e ela não mostrou surpresa, disse com segurança: Eu já sei como a senhora é, alias todos aqui conhecem seu estilo e a admiram muito, não se preocupe, nos daremos bem. Também sou uma pessoa discreta.
Ainda ficamos lá um tempo arrumando e colocando preço nas novas mercadorias, depois a convidei para jantarmos no restaurante enfrente à praça. Ela falou-me de algumas coisas do cotidiano e depois cada uma seguiu seu rumo.
Em casa ao abrir a porta senti uma enorme alegria saindo do meu peito, eu estava realmente contente com a ação que fizera. Pensei qual seria a reação deles todos ao receberem a escritura que eu mesma fiz questão de colocar no correio. O que eles diriam entre si sobre minha estadia lá e não os procurar, ou não se surpreenderiam, pois durante todo o tempo em que eu ficara com eles e aguentava suas pilherias, provocações, desafios, até menosprezo, eu sempre dizia que ao ir embora, um dia, nunca mais voltaria nem notícias eles teriam de mim, isto só provocava mais zombaria. Quanto a ele o homem que eu amava tanto e que ao longo dos dias de dezenove anos de convivência, foi se tornando desafiadora uma permanência, já não havia mais respeito nas palavras , nas brigas sempre por pequenas coisas, nunca por motivo extremo, sempre por discordância, de estilo, aquilo não era viver, era passar pela vida de outra pessoa, era seguir os passos do outro sem escolha. Amor, fora realmente o um amor verdadeiro, mas nem mesmo isto, impediu-me de querer a solidão, a liberdade, a soltura para pensar, agir e ser como realmente sou. Pensei pela primeira vez nos muitos planos que fizemos juntos, mas que sempre só prevalecia o dele, era como se eu não soubesse nada. Suspirei aliviada tirando os sapatos, tirando o vestido e andando pela casa totalmente nua, como era bom ser só e livre, como era bom poder escolher como deitar, do qual lado deitar, ler ao deitar, ficar ao computador até a hora que eu quisesse. Cantar, tocar meu violão, sair a hora que bem entendesse. Como era bom tudo isto.
Como Isadora do Carmo poderia saber tudo e ver como estavam, isto me dava tranquilidade, afinal sou uma mãe amorosa, não é o fato de ter vindo embora de lá que me taxa de uma má mãe, pelo contrário, retirei meu time perdedor da área e deixei o vencedor comemorando ainda em campo. Só precisava agora ver se meus principais amigos já me aceitaram como amiga...Receosa fui direto ao face book, agora com alguma mudanças, mais moderno, entrei em minha pagina e com grande euforia vi lá meu rei e meu cartunista predileto, o que mais eu haveria de querer? Eu sei o que quero mas isto direi em outra ocasião. Motivos não existem mais para caminhar numa solitária vida a dois, caminharei realmente só, somente só.
Iris Pereira

SOLIDÃO QUESTÃO DE QUERER


15/07/2011

Solidão, questão de querer?


Que direito tenho de sentir solidão se tenho duas pernas, dois braços uma cabeça para pensar?
Que direito tenho de sentir um aperto no peito, olha para os lados e não encontrar quem fale comigo, conte-me algo, pergunte-me como foi seu dia, sua noite, como estão seus filhos?
Com que direito me sinto só por não ter alguém que me pergunte: Será que vai chover? E daí? Se estou só fiz por merecer, afastei amigas, recusei convites, não fui ao culto, não fui ver vitrines, fiquei a balançar-me em minha rede verde lendo um livro, engolindo cada palavra do seu escritor, fiquei a emocionar-me com as histórias do autor, sem nem mesmo o conhecer, fiquei alegre com sua alegria, chorei com suas tristezas, excitei-me com suas carícias e palavras de desejos, eu senti aflição com seu desespero, senti medo com seu pavor, ri com sua risadas, dormi com seu cansaço e acordar para tornar a ler suas historias.
Com que direito me sinto solitária se vivo em um mundo onde os teles jornais contam tantas historias de violência contra qualquer que seja a vitima, é violência da parte de quem é pra defender a sociedade é violência da parte dos bandidos. Violência em casa onde se devia sentir-se seguro. Que loucura essa minha achar-me solitária se tenho saúde, uma família, um lar, um marido que volta ao entardecer, vizinhos que saem em seus carros e só balançam a cabeça como um jumento ao andar com sua carga, é assim o cumprimento de hoje em dia, já acionando o portão eletrônico com medo de ser assaltado, que faço eu aqui na calçada como antigamente varrendo as folhas que caem delicadamente das árvores que plantei onze anos atrás e que agora frondosa e bela dá sombra pra eu me sentar e sem medo ler meu livro. Muitos ninhos nelas eu vejo, logo nascerão alguns passarinhos que meus ouvidos encheram com seus cantos e pios, pulando de galho em galho, trazendo-me de volta ao tempo de criança onde gostava de um esconderijo nos galhos mais altos do pé de umbu.E varro as folhos, retiro os galhos caídos pelo vento forte de ontem a noite que passou assoviando ao meu ouvido quando era meia noite e sem sono fui ao jardim, só para dar uma volta pra se o sono voltava pra mim, trazendo -me bons sonhos, talvez um romance, ou um voou, faz tanto tempo que não consigo voar, será que minhas asas estão enferrujadas ou já não encontro motivação para isto também? Mas continuo me perguntando que motivos tenho de fato para sentir-me solitária se tem tantas pessoas nos hospitais precisando de uma palavra amiga, de conforto, nos asilos pessoas abandonados "ao conforto" por suas famílias que as deixam sem tempo de cuidar pessoalmente de quem já lhe cuidou, mas vou ser sincera, não é este tipo de papo que quero, tristeza eu já sinto só em pensar nessas pessoas, o que eu quero é uma companhia pertinho de mim, mexendo comigo, falando comigo, me ouvindo e eu a ouvindo, o que quero é brincar, é sorrir, é voltar a ser alegre. Tragam-me minha alegria de volta quem a encontrar por ai. A recompensa será um bom papo...
Íris Pereira.

Solitário por opção


20/07/2011

Solitário por opção

Fazendo caminhada no meu bairro, como de costume. Quarta feira dia de lixo, caminho só, não tenho amigos nem companhia, prefiro assim pois observo as coisas e as vezes a té faço foto do que acho interessante. Vou andando no mesmo ritmo sempre, levo água, celular e um pau, não para apoio, mas por hábito. De repente em uma virada de rua esbarro em um homem sentado a sombra de uma enorme árvore e comendo seu desjejum. Assusto-me e ele também, peço desculpas, mas ele está muito mais preocupado e diz que não deveria estar sentado ali e sim mais distante da esquina, enquanto ele falava observei que vestia uma calça jeans, uma camiseta de uma propaganda, calçava chinelo de dedos de tiras, o cabelo grande de cor preto, mas avermelhado pela exposição ao sol, por certo há muito tempo, tinha olhos claros, altura 1:80, era forte mas não gordo, vi também que logo abaixo da calçada tinha um carrinho com dois pneus que puxava um caixote de madeira, no lado escrito JR, era pintado de azul e já tinha bastante coisas recolhida para serem recicladas. Fiquei curiosa, minha vontade era grande em fazer perguntas, para iniciar puxei o papo assim:- Nossa! O senhor acorda com o sol, pois ainda são 7 horas e já está com o caixote cheio!Ele limpando a boca foi dizendo - Sim senhora acordo as 5 horas, porem hoje é a primeira vez que faço este bairro, aqui não tem posto de seleta então tive a intenção de vir passar aqui e ver o que conseguia e está sendo bom. Bairro muito tranquilo esse , tirando um idiota que senta na esquina em tempo de derrubar uma senhora em sua caminhada...Eu o interrompi - Por favor esqueça, não aconteceu nada e tenho certeza que tomara cuidado doravante. - Sim! Claro, mas assustei a senhora. - Não! Nem um pouco e depois podemos corrigir isto, você poderia fazer-me um favor, adoro escrever e tenho muito curiosidade sobre vocês, poderia responder-me algumas perguntas, mas só se quiser e sem compromissos, para colocar em blog, ele cortou-me - Sim, posso responder, pergunte, é o mínimo que posso fazer.
- Você tem moradia fixa? - Não senhora, sou um solitário por opção, saí de casa aos 11 anos depois da morte de minha mãe, éramos em 8 irmãos e meu pai nos abandonou, uma história comum senhora, mas eu fiz a diferença, resolvi não entrar pro lado errado da vida e vim de carona, a pé, já trabalhei em muitas coisas, tenho documentos, já tive residencia fixa, trabalhei documentado, mas depois dos 20 anos resolvi ser só, viver só, e não me sinto triste por isto não, nem miserável, durmo em um local tranquilo onde reparo pra não ser invadido por bandidos - Espere! Interrompi, então trabalho pro dono do local? - Não, apenas em troca de dormir no galpão e guardar minhas tralhas. Lá não vai ninguém e quando tenta eu ponho pra fora. Saiu sedo e consigo meu sustento e ainda mando um troco para minhas irmãs, mas voltar a conviver com pessoas juntos nunca mais, sou feliz assim, minha vida é assoviando e trabalhando, quando me chateio com algo peço a Deus proteção e alívio para as dores, e vida longa enquanto eu puder trabalhar. Já tentei viver em comunhão com outra pessoa, mas foi um inferno! E se tenho que viver no inferno aqui e na outra vida, melhor aqui fazer minha escolha. Eu o ouvia sem respirar para não chamar sua atenção, e ele continuava - Já tive até uns cachorrinhos e até esses me abandonarão ou por morte como fez minha mãe ou simplesmente não quis dicar comigo...
Não resisti e o interrompi novamente - por favor, não me tenha por ignorante ou curiosa demais, mas responda-me por favor, claro se quiser e não tenha vergonha de responder toda verdade e da maneira que seja, eu vou dizer-lhe, meu blog trata de vidas sexuais, mas sinta-se a vontade para dizer só se quiser mesmo, como vice sem carinho, amor, sexo principalmente? Ele desamarrou e amarou os cabelos num gesto rápido, levantou-se ficando enfrente a mim, deu-me um arrepio, meu Deus! Toquei no que não devia, ai vem chumbo! Como ele era alto, aproveitei e falei sem graça, desculpe-me...- Senhora, não tenha medo, está branca, eu nos meu 47 anos e meus 1:80 nunca fiz mau a ninguém. Eu tenho um coração, poderia me apaixonar, ter família e tentar viver como os os homens comuns, mas eu aposto na solidão e quando quero aliviar minha tenção sexual procuro alguém, um lugar adequado e me alivio, volto pra meu canto e sou feliz assim. Agora a senhora me dê licença que preciso encher meu carrinho mais umas 2 ou 3 vezes, sou solitário mas tenho obrigações. Pode escrever tudo no seu blog e que tenha muito sucesso, aposto que escreve muito bem, pois ouvir a senhora sabe até demais. Vá com Deus e mais uma vez desculpe-me. Pegou seu carrinho com facilidade e saiu puxando e eu fiquei a ouvir seu assovio até ele virar a outra esquina.
Íris Pereira

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.V

DE VOLTA AO PASSADO: ENFRENTANDO LEMBRANÇAS.
Dois anos vivendo minha vida como havia escolhido, me sentia feliz, porém algumas coisas tinha deixado sem resolver lá atrás e para isto teria que voltar, tirar das caixas coisas guardadas e enfrentar para poder não viver mais disfarçada, afinal não cometera nenhum crime, apenas fugi pra não dar tantas explicações, não correr o risco de desistir como das outras tentativas. Mas agora que estou totalmente independente e segura da minha atitude e até tomo a liberdade para afirmar que estou feliz, é chegada a hora de voltar e deixar tudo em pratos limpos ou pelo menos dar a Cesar o que é de Cesar.
Como sempre fui viciada em internet, não me mantive muito tempo fora dela, no entanto fui cautelosa, criei um orkut com nome de Isadora do Carmo, coloquei perfil verdadeiro da Íris Horizonte, foto dela com chapéu e cobrindo parcialmente seu rosto, fiz álbum do meu lindo jardim, meu magnifico pomar, da minha cidade, das minhas viagens da minha maior cidade vizinha: Confins do Judas, cidade linda tem a linha verde como autodromo, junto a avenida Nossa Senhora do Carmo. Lá onde passo muitos dos meus fins de semana, ou apenas o domingo, visitando sempre os lugares turísticos e os mais comuns, mas sempre indo à missa na capela São Judas. É de lá que parto as vezes de avião para as capitais mais próximas. É de lá também que viajo para as cidades onde posso conhecer a melhor este estado tão bonito e que tem uma historia tão linda. Meus álbuns são completos de fotos lindas das cidades maravilhosas de MG e GO. Minhas fotos são todas batidas por pessoas que nada sabe de meu passado,mas que opinam na hora de bater algumas e sempre com o rosto sem deixar algo para ser reconhecido, mas isto faço com charme. Entro nas páginas do orkut e face book, encontro velhos amigos e peço para ser adicionada e prontamente eles me aceitam, estou de volta já ao meu passado bom. Eles certamente não desconfiam e se desconfiam são discretos, deixam-me pensando que sou apenas mais uma Isadora do Carmo, com vida comum e gostos iguais aos demais internautas. Eu havia guardado todos meus textos escritos antes de vir embora. Não criei ainda um blog, mas o farei logo volte da viagem à Ribeirão Preto. Mas antes tenho que tomar algumas providências para não deixar meu comercio parado. Uma das moças que trabalhava na Barraca dos artesanatos me pedira emprego, pois saíra de lá pra entrar a sobrinha da dona Marli, proprietária do comercio. Eu a chamei, fiz uma pequena entrevista, expliquei-lhe meu esquema e logo na próxima semana a deixaria por conta de tudo sozinha. Quanto ao dinheiro recebido leve-o ao banco neste envelope e entregue o ao gerente, só isto e ele fará o resto. No envelopes estava escrito só o nome Íris Horizonte...o restante ficaria por conta do meu gerente discretíssimo.
Comprado passagem para Ribeirão Preto com escalas em algumas cidades, preparei-me para está lá com alto astral e nada de melancolia, pois estava apenas terminando o que havia começado.
Cheguei ao aeroporto notando alguma mudança na estrutura física feita para melhoras no Leite Lopes, hum finalmente algo fora feito de novo neste lugar, pensei indo tomar um táxi e dando o enderenço do hotel no centro, não queria ficar andando muito pra lá e pra cá, já era muito ter ido até lá. Peguei minha chave fui conduzida até meu quarto, de lá pela janela via o movimento dos pedestres e dos carros, um caos ainda era o centro de Ribeirão Preto, isto ninguém jamais iria mudar. Que centro apertado era o de lá. Tomei banho e descansei alguns minutos. Arrumei-me e fui direto ao cartório lá mesmo no cento, onde já havia previamente por telefone pedido informação sobre o que eu ia realizar.Entrei e dirigi-me ao local certo. Passei a casa que eu e meu companheiro de 19 anos construímos juntos, mas que por muitas vezes não a sentia minha por ter deixado de trabalhar muito cedo e não contribuindo com dinheiro para a construção, palavras muitas vezes ditas em uma ou outra briga de casal, mas que machucam e faz a pessoa ir criando ideias de liberdade, como aconteceu comigo. Sim passei a casa para ele, afinal eu não precisava mesmo de uma casa, seja grande, pequena, mansão ou casebre para ser feliz. O que eu queria era viver em paz e ser independente, viver com dignidade absoluta e por conta própria, essa era um dos meus maiores objetivos. Ser capaz de sobreviver e ser feliz só aos 60 anos, fui e consegui e tenho uma lição se caso não tivesse dado certo." O sucesso não é o final e o fracasso não é fatal"
Feito então isto fui direto para o hotel. Lá chegando liguei meu Not e fui procurando meus filhos, minha neta, previamente adicionados, encontrei on line apenas a nora, mas esta era o suficiente para soltar todas as informações que eu queria, fiz-lhe perguntas discretas, mas obtive respostas positivas. As coisas haviam mudado um pouco não tanto quanto minha própria vida, mas eles viviam em paz e já acostumados com minha ausência. Nada de novo porem havia acontecido, a família era a mesma que deixei e a casa estava terminada, o ex marido aposentado e viajando muito com sua turma de motociclistas, seu sonho de consumo. Tirei mais algumas informações, fui mais alem, falei-lhe que eu já fora amiga da sua sogra, mas ela se desligou do meu face book, orkut e msn e nunca mais conseguira encontrá-la, sua resposta deixou-me aliviada: A Íris foi embora de casa e nunca mais deu noticias, deve estar na internet sim , pois aquela lá era viciada em blog, msn, mas deve estar usando outro nome, nós a procuramos por um tempo , mas deixamos ela em paz, se foi embora é porque tinha chegado a hora, ela vivia dizendo que um dia sumiria e que ninguém fosse atras, pois ela de uma vez indo não voltaria jamais. Estamos aqui sem ela, sentimos sua falta e as vezes ainda falamos muito nela, mas ela deve estar feliz, né mesmo? A Isadora respondeu que sim, isto acontece mesmo que era uma pena ter perdido ela de contato, pois gostava do que ela escrevia. Foi mais além e perguntou você tem filhos? Ela falou que não estava esperando construir sua casa que já começara, ainda tinha tempo, só estava com 29 anos e seu marido com 33 anos. Despedi-me e deixei a emoção tomar conta do meu coração, chorei de alegria, tristeza, saudades, tudo junto, mas nunca passando pela cabeça o desejo de voltar. Não! Nada valia a pena minha independência e minha liberdade. Desci para o almoço, fui ás lojas que vendiam lembranças, comprei algumas, aproveitei o preço de algumas mercadorias e comprei para a minha barraca.
Liguei para o aeroporto, marquei meu retorno para o voo da manhã seguinte, ficaria uma noite em Ribeirão, faria este teste, como me sentiria vendo a noite onde passei 29 anos de minha vida. Me preparei, fui ao pinguim, sentei-me lá dentro, pedi um escondidinho de carne seca o melhor da região, um shop e puxei conversa com o garçom que me deu maiores detalhes sobre RP. Foi maravilhoso estar ali tão próximo de todos e não ter contato. Ao terminar o jantar, tive uma ideia audaciosa, fui ao ponto de táxi mais próximo e fui atá o bairro Portinari, pedi ao taxista que desse uma volta em todo bairro, pra finalizar deu-lhe o nome da minha antiga rua e fomos até lá, expliquei-lhe que era uma rua sem saída e que não fosse muito devagar, assim fomos para minha turnê ao passado. Em cada avenida que passava notava a diferença bem visível, alguns prédios novos, árvores crescidas e ao chegar na minha antiga rua, meu coração disparou, era a mesma rua, mas tinha mais casas, e minha casa estava terminada, enfrente tinha uma bruta de uma moto, a frente da casa estava acabada e de acordo com o projeto, a mudança não foi só em mim, parece até que era mesmo necessário minha saída para que alumas coisas mudassem. Fizemos a volta e não vi nenhuma pessoa conhecida. Voltamos ao hotel. Fui dormir, deixando combinado o horário de ser acordada pois partiria as 9 horas de volta pro meu aconchego, agora mais livre, mais solta e até podendo revelar-me a todos se fosse minha vontade, mas não! Eu permaneceria sendo Íris Horizonte e para a internet Isadora do Carmo.

Íris Pereira

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.IV

Estação do Ano:Outono.

Abril, outono, estação que não me passa nada de emocional a não ser pelo meu aniversário, e este é o segundo outono que passo em Santa Maria do Carmo. As folhas caem formando uma verdadeira dança, folhas secas forram o chão como um tapete de cor marrom , verde, amarelas e deixam as árvores nus com seus galhos se preparando para receberem novas folhagens quando chegar o inverno.

Meu aniversário solitário onde só cartões de lojas e do banco mandam me parabenizar, por pura gentileza comercial, mas estou feliz, foi minha escolha, minha opção, então compro um bolo, faço suco de assai e arrumo uma mesa ponha as velas e canto para mim parabéns pra você. Parto o bolo e ofereço às pessoas que eu amo, meus amigos distantes e como cada pedaço com muito gosto como se eles estivessem comendo. Estou feliz, satisfeita pelo sucesso que estou obtendo aqui sem ajuda deles, sem ouvir coisas que muitas vezes me magoavam e num dia como o de hoje muitas vezes precisava ir para debaixo do chuveiro. Não!Agora já não misturo minhas lágrimas às águas dos rios nem ás do mar. Eu choro sim, mas aonde estiver, sem medo, sem vergonha, afinal estou mais emotiva e solto minhas emoções sempre que necessário é quando toco meu violão e canto ( mal ) Mas canto e levo meu canto aos pássaros que parecem fazerem coro comigo, choro ao me emocionar na celebração da missa, ao ver casais mais velhos andando devagarinho apoiados um no outro, enfim, solto minha emoção, mas nunca ainda chorei de solidão, mesmo porque ainda não tive tempo para me sentir só, pois o trabalho, a leitura, meu jardim, minha horta, meus afazeres de casa, minhas caminhadas, minha ida ao cinema, minha barraca=Uma pequena sala de alvenaria feita na praça principal, são 6 de alvenaria, 6 tipo banca, são no total 12 de variados comercio e que funcionam de quinta feira ao domingo à tarde. É um tipo de comercio variado, no meu por exemplo é vendido: Roupas, calçados, bijuterias, artigos para presente etc. Os outros tem de comidas até artigos de cama, mesa e banho. É uma festa nossa praça. Além do mais tenho uma boa vizinhança que se estende por todos os dois lados da rua. Sem contar com todos os que se tornaram fregueses da barraca, os comerciantes vizinhos, as meninas do salão de beleza, os bancários do meu banco, enfim todos conhecem a Íris Horizonte, sem no entanto saberem nada de sua intimidade nem do seu passado, sabem apenas dos meus hábitos. Curiosos já arriscaram fazerem algumas perguntas mas dou-lhes apenas respostas evasivas. Não que eu ainda esteja fugindo do meu passado, é que não quero manter laços e para isto mantenho-me na minha vida discreta e solitária, mas quando me refiro a solitária estou dizendo solidão na cama, na mesa, na casa mesmo, porque na rua sou muito bem acompanhada e converso com todos, só não abro minha vida pra ninguém nem frequento ainda casa de pessoa alguma. Trabalho só, saiu só. Viajo para fazer compras com uma excursão de comerciante, as vezes para Belo Horizonte outras vezes pra Goiânia. Mas para minhas viagens turísticas sempre vou e volto sozinha. Ainda não me ocupei em ocupar meu coração, ainda não achei alguém que mexesse com meu lado erótico, coisa que pensei não aguentar ficar tanto tempo em jejum, ainda mais lendo Delta de Vênus de Anaís Nin. Ha! como sabe me deixar excitada! Mas aprecio este estado sozinha mesmo e durmo com toda calma do mundo como se estivesse muito bem acompanhada. Amanheço cantarolando barracão de zinco e estou pronta para mais um dia, mais uma estação, mais um ano que seja livre enquanto durarem os dias e as noite.
Íris Pereira

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.III


Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.III

Vivendo Como gosto e sendo feliz como pos
Depois da minha viagem de trem, fiquei mais sociável, vim fazendo amizade com um casal da cidade São Tomé das Letras, conversamos bastante, eu mais ouvia, como sempre faço em minhas viagens e em minha cidade. Sou assim mais escuto e por isto mesmo e pelo meu jeito calmo, boa ouvinte e quando falo não entro em detalhes nem pergunto coisas indiscreta, aprendi que ouvir é melhor que falar e se sabe mais quanto se é discreto. Tenho muitas freguesas que vão à minha barraca para falarem de si, mas envergonhadas sempre compram primeiro algo aí desabam a falarem e assim estou eu de repente diante de uma pessoa com um problema que as vezes é só o de desabafar e ser ouvida e isto faço muito bem.
Resolvi fazer uma horta no quintal, já que tenho um jardim maravilhoso. Chamei o senhor Vicente que é o jardineiro mais procurado da cidade, escolhemos o que seria plantado, o formato da parte de alvenaria. Peguei a lista e fui ao local que vendia de tudo para hortas e jardins, na casa nova materiais para construção e comprei tudo que seria usado na parte de alvenaria. Resolvi fazer dos dois lados do quintal deixando uma passagem no meio. Do lado esquerdo plantei legumes, mais adiante perto do pomar plantei mandioca, quiabo e abobrinha, e algumas bananeiras. Do lado direito plantei todo tipo de verduras. Seria uma horta linda e me ocuparia mais ainda, mas eu teria muito prazer em dar de tudo que nascesse de agrado para meus vizinhos, conhecidos e fregueses da barraca. Eu já fazia isto com os mamões, mangas e jabuticabas, ha! Era maravilhoso ver como eles ficavam contentes com minha atenção e cordialidade. Eu sou assim uma pessoa só, que mora sozinha, não fala de sua intimidade, de sua vida, mas que tem amigos e conhecidos que me respeitam e mostram amizade por mim e que já se acostumaram com meu modo de ser, já não provoco tanta curiosidade nem comentários, pelo menos já não os ouço mais nos lugares que frequento, ora pois nem no salão de beleza me fazem perguntas e olhe que frequento lá desde que cheguei aqui e são as mesma profissionais que me atentem desde o inicio: Massagista, manicure, cabeleireira e depiladora, todas me atendem como se eu tivesse nascido e me criado ali junto com elas. Aqui sou uma pessoa sem passado só presente e futuro. Meu passado deixei para traz ao resolver viver um novo estilo de vida e viver na solidão dentro de casa , para não dizer , viver com exclusividade uma liberdade de ir e vir sem ter que pedir, fazer o que escolher sem ser criticada, eu diria ainda mais profundamente viver em paz, sem confusões, sem bla! Bla! Bla!
Não sou anti social, até frequento a igreja aos domingos a noite. Passo a pizaria e pego minha pizza de meu sabor predileto e vou pra minha casa comer enfrente a televisão sem ninguém pra mudar de canal...como é bom assistir o que bem entender, sem ser interrompida, como é bom sentar na minha espreguiçadeira embaixo da árvore flanboyan e ler meu livro tranquilamente. Essa minha vida de solitária é mais para quem pode e quer ser feliz assim.
Íris Pereira

Solidão, dignidade, estilo de vida. II


Uma viagem energizadora.
Coloquei meu vestido esvoaçante de tecido transparente de cor verde claro com flores miúdas, coloquei meu chapéu de abas largas pra proteger-me do sol e também pelo charme que eu ficava, soltei meus cabelos loiros ainda em cachos, causei meus sapatos de saltinhos e fui pegar o trem, ouvindo seu apito de longe apertei os passos, ia só a passeio como fazia há 5 anos desde que pra lá me mudei, comprava a passagem de véspera e mal conseguia dormir a espera do amanhecer, nem tomava café, pois tomaria no trem, era uma das gostosuras que se podia apreciar nesta viagem, mas realmente toda a paisagem era de se encantar, não sei como pude viver todos meu anos sem conhecer esse passeio, sem viver essa vida , sem vir morar em Santa Maria do Carmo que até viajem de trem eu posso fazer. Vou pela manhã, o tem passa as 6 horas da manhã, e volta as 6 da noite. O percurso até a próxima estação onde ficarei são de 140 KM de pura beleza, morros e cheios de árvores floridas, estamos na primavera, cachoeiras vejo ao lado direito deixando suas águas espumantes descerem mais parecendo um véu de noiva. do lado esquerdo esquerdo vejo um campo com plantas pequenas e rasteiras, capim, crescem em todo sua extensão, como é lindo esse estado de minas, como sou feliz aqui e como vivo com a alegria e felicidade de poder escolher o que quero e onde quero ir, como é bom ser livre. A liberdade do ir e vir sem desrespeitar e sendo respeitada. Duas horas de viajem e chego ao meu destino: Uma cidade turística, muitas pessoas visitam em finais de semana , porem eu costumo visitá-la no meio da semana, para não encontra velhos e indesejáveis conhecidos. Vou para me embelezar com as paisagens e curtir os rituais variados de energização espalhados pela parte alta da cidadezinha. É tudo muito mágico e se saí de lá como se fora realmente energizada por pessoas de outra dimensão. Fico horas sentada no chão observando tudo, não perco nada do que posso ver. E gravo em minha mente tudo com muito cuidado, pois é importante e indescritível o que sentimos na lugar. Vou depois ao um pequeno centro de feirinha onde vendem de tudo, todo tipo de lembranças e coisas energizadas. Antes de comprar algumas coisas vou almoçar em um restaurante tipicamente mineiro. Que delícia de comida. Os mineiros alem de bom hospedeiros são boas cozinheiras. Depois do almoço descanso em uma rede que fica à disposição dos fregueses que almoçam lá. Fico na rede e chego a tirar um cochilo, quase sonho, mas a realidade me chama, preciso comprar coisas para aproveitar a viagem e levar para a banca Íris Horizonte. Desço e vou a feitinha, realizo minhas compras e já pego um carro para levar-me até a estação.
Logo ouço o apito do trem...Retorno a minha pequena cidade e à minha rotina maravilhosa. Rotina que não cansa nem aborrece pois estou sempre fazendo algo novo. Por último estou em um curso de violão, não canto bem, mas não estou nem aí, o importante é fazer o que quero, solto a voz e o ritmo o violão solta comigo.
Estou feliz em minha nova morada e meu estilo de vida.
Íris Pereira.



21/07/2011

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.

Ouvira tanto falar em solidão, e estava mesmo na solidão que resolvera ir-me pra bem longe de todos, me sentia chateada, abalada, triste e talvez até jogada, ou demais na parada deles.
Tracei um plano: Ninguém irá sentir falta mesmo. Arrumei tudo que tinha em tecido, do modo mais compacto possível, coloquei alumas coisas mais valiosos em mala maior que tinha e uma coisas que se fosse mais necessário, peguei todo dinheiro que existia que fosse meu de direito e saí muito cedo, na hora que todos já haviam saído para o trabalho, foi fácil, sair sem olhar pra traz, sem dizer adeus, nem precisava. Chamei um táxi, pedi-lhe que me levasse até o posto à beira da rodovia anhanguera e até fui muito naturalmente. Chegando lá vi muitos caminhões. Não senti nada de sentimento diferente, não tremi, nem me emocionei 3 horas depois de espera para conseguir uma carona em uma carreta carregada e lonada, dirigida por um senhor gordo, vermelho e loiro, com chinelo de dedo. Olhou de cima pra baixo, de baixo pra cima e perguntou tem destino certo? Mas que depressa eu respondi: Não pra onde o destino me levar. E subi a mala que ele arrumou lá atrás e a mochila continuava comigo. Apresentei-me e perguntei se queria ver meus documentos, ele com sotaque mineiro respontei: Uai! Pra que? Eu vejo de longe quem é do bem ou do mau e vi que a senhora é do bem, assim fomos tirando uma prosa, contei-lhe minha historia até a metade pois paramos para almoçar num restaurante onde já havia mais caminhoneiro que o conhecia e ela abriu a porta pra mim e ajudou-me a descer, mostrou onde ficava o banheiro e saiu falando com dois outros homens em direção também ao banheiro masculino. Entrado no banheiro vi uma moça que se olhava no espelho e passava batom. Sorriu pra mim e disse chegaram mais duas carretas, você veio em uma, pra onde tá indo? Eu respondi que ainda não tinha resolvido, ela pareceu admirada e falou claramente, eu só quero dar umas e ganhar meu dinheiro e ver se vou pra São Paulo, mas tá difícil carona pra lá, os guardas num deixam, pegam no pé dos motoristas, fiquei quieta, agora que tínhamos entrado em minas e eu nem sabia onde ia ficar, mas fiquei calma, vou escolher a menor cidade que eu achar. Fui lá no restaurante e ele abanou-me a mão chamando-me, arrastou a cadeira e mandou eu me sentar dizendo: Oi, a comida aqui é a mais boa que vamos cumer, aproveite que é barata e só vamos parar agora pra jantar e dormir, olhei admirada, pois nem eu nem ele sabíamos para onde eu ia, mas fiquei quieta. Comi com muito gosto, pois a comida era mesmo a melhor comida caseira que eu comi. Depois de pagar o muito barato mesmo pela farta comida, ele não aceitou que eu dividisse com ele. somos para a carreta entre outros motoristas que não deixavam de me olhar com uma certa curiosidade, mas o Alfredo, era esse seu nome, nem ligava pros olhares, ajudou-me a subir na carreta e fomos mais 4 horas de viajem sem interrupção até parar no posto rodoviário e de divisa de estados, presentou a papelada ao guarda que com um sinal de cabeça perguntou quem é ela , Alfredão? Ele respondeu minha irmã mais veia, vai passar uns dia com eu. Assim liberados fomos mais algumas horas já escurecendo totalmente, vimos luzes era um posto de abastecimento, ele desceu e novamente me ajudou, falou: Tome um banho, depois vamos jantar, é lá atras do posto o restaurante de caminhoneiros, vá lá te espero. Pegou uma bolsa tipo de viajem e se foi pro banheiro masculino. De volta pro restaurante procurei o Alfredão e não o encontrei, fiquei meio sem saber o que fazer, mas pensei: Espere aí, se estou saindo de uma penosa dependência e quero solidão, porque a preocupação? Fui até o salão que estava muito ocupado, uma tv ligada em alto som , se misturava as conversas dos ocupantes. Procurei sentar em uma mesa mais próxima a porta de entrada quando um garçom veio até minha mesa e me falou olhe pode pedir, o Alfredão tá de namorico com a Socorro e abaixando-se a té perto do meu ouvido , falou a senhora entende seu irmão, né? Ha! Sim claro, o que temos pra comer? perguntei.
Já havia me deliciado com a sopa quando ouvi a gargalhada do Alfredo, esse puxava pela mão uma moça negra de uns 20 anos e com o avental do restaurante, ela pareceu não gostar do que ele falou soltou sua mão e foi direto pro trabalho e ele veio ao meu encontro. sorrindo perguntou gostou da comida, Maria? Sim respondi. Fique a vontade para jantar vou lá fora, não esqueça que este jantar sou eu que pago, certo? Saí, fui passeando, olhando lá longe uma cidade, dava pra ver a torre iluminada da igreja e mais pro lado uma torre mais alta com uma luz vermelha. Fui até uma árvore onde tinha um banco improvisado de madeira, sentei-me e fiquei fugindo dos pensamentos, para me sentir só eu não devia pensar, não aqueles pensamentos que insistiam em povoarem minha mente. Ser só é não ter lembranças? Me perguntei, me respondi: Se queres vencer não deves pensar. Então fui contar estrelas. Tomei um susto com Alfredo dizendo já bem perto de mim: Venha deve estar morrendo de sono, já arrumei a cama que fica atras dos assentos. Olhei espantada pra ele, eu nem havia planejado a minha dormida, falei levantando-me: Não ! Eu vou procurar um quarto, deve ter, não tem? Ele simplesmente falou, minha carona, Maria é dada completa, eu nada faço pela metade, sou conhecido por esse meu jeito, você dorme lá e eu durmo na minha confortável rede.
SEGUINDO VIAJEM RUMO À SOLIDÃO
Uma dormida sem sonhos, pensei ao tentar lembrar o que havia sonhado, mas fui interrompida pelo grandão Alfredão já com uma caneca de café na mão e com um pão na outra, vá se arrumar no banheiro e passe no restaurante, tome seu café, é grátis.
Seguimos viagem e por um tempo eu permaneci calada, quando o Alfredo perguntou se eu queria continuar a contar minha história, ele estava adorando conhecer uma vida dessa. Eu não poupava detalhes, ajudava passar o tempo. Um dia passamos viajando com as rotinas de caminhoneiros até mais uma noite e ao acordar, tomar meu café vi Alfedo dirigir-se à carreta e dizer, temos mais 4 horas e chegarei ao meu destino e você fará sua escolha, entregou-me um mapa e apontou onde ele ia ficar, eu olhei uma cidade localizada bem em cima de um morro, cheia de pedras enormes ao seu redor, perguntei-lhe o tamanho daquela cidade ele falou-me 30000 habitantes , não mais que isto, se pensa em ir pra lá está mesmo procurando solidão e não ser encontrada, lá é pequeno, acolhedor, gente mineira ainda com modos caipiras, mas com coração cheio de esperanças. Lá vivem da roça e de turismo, pois a cidade logo acima dela tem tudo que chama os turistas pra lá e por ficar no caminho muitos param lá e alguns até preferem se hospedarem lá. Mas tem esta outra cidade aqui Santa Maria do Carmo, é pequena, vivem da lavoura, tudo é barato, tem um lindo rio separando a cidade e cachoeiras belas, lá plantam arros na beira do rio e algodão nos morros. Lá você se dará melhor, sei pelo pouco que aprendi de você nestes 3 dias.O som dos freios me deu um gelo no coração, agora sim começaria de fato minha caminhada à solidão. Pronto chegou ao seu destino. Desceu e pegou minha mala, ajudou-me a descer, pegou um cartão no bolso e foi entregá-lo pra mim, mas o recusei, sinto muito Alfredo, minha solidão começa aqui. Nada de cartões nem despedidas.Não olharei pra traz, nem buzine ao se afastar.
Uma subida de calçamento feito de pedras, casas com janelas de madeiras abertas para fora em duas folhas, casas pintadas de azul, amarelas, verdes, calcadas de tijolos cor de barro claro quase rosa, paralepípedos se misturavam nos calçamentos e na separação das calçadas. Era lá a principal rua de Santa Maria do Carmo. Um bar com muitas algumas mesas com bancos de madeiras e alguns Poucas pessoas fazendo compras. Uma loja de tecidos com rolos de panos coloridos e estampados mais parecia uma decoração da rua, um armarinho que vendia miudezas, uma casa mais bonita e com jardim com bancos de cimentos e propagandas nos encostos, a porta era mais larga e tinham duas janelas maiores que as natural o nome escrito com letras bem desenhadas na parede principal da frente logo acima da porta: Prefeitura de Santa Maria do Carmo- MG. Lá dentro pela porta eu podia ver que tinha varias salas, mas poucas pessoas se encontrava lá, pelo que vi no estacionamento só uma pessoa de carro estava lá dentro. Continuei subindo a rua puxando minha enorme mala, vi um pequeno sobrado pintado de azul com algumas pequenas as portas e janelas pintadas de lilás. Na parte de baixo ficava uma farmácia e drogaria Dr. Geraldo de Caio. Entrei uma mocinha de cabelos ruivos me atendeu perguntando: Pois não dona, o que a senhora quer? Muito calmamente se dirigia até onde eu estava parada, dei-lhe boa tarde e perguntei-lhe: Onde posso arranjar uma casa pra alugar, ou uma hospedaria? Lá do fundo veio uma vos de homem respondendo pela mocinha, a casa da d. Terezinha tá desocupada, mas é pequena e num é muito boa não, mas tem luz, água e muro. Aí é mesmo disse a Maria Rita apontando lá pro outro lado e dizendo fica atras dessa outra rua ai, apontou pra rua paralela a que estávamos. Novamente o senhor lá no fundo disse a chave tá com seu Elpídio lá na prefeitura, ele que aluga. A senhora vai ficar muitos dias? Eu alguns, ainda não sei, agradeci e fui até a prefeitura. Procurei seu Elpídio e o encontrei fácil, era o secretário do prefeito e filho da dona Terezinha que vivia no sitio e resolveu alugar a casa com os móveis, depois que enviuvou. Isto já fiquei sabendo pelo Elpídio, um homem dos seus 30 anos, magro , branco e de cor pálida. Quer ir ver a casa? Fica aqui nesse rumo atras da outra rua, dizendo isto com os braços gesticulando tudo que falava. Nem pensei duas vezes, fui logo pedindo a chave e perguntei se poderia deixar a minha mala lá, pois estava pesada, mas o Elpídio falou-me com um certo orgulho: Não senhora eu a levarei no carro, imagine, tô aqui pra isto, não tenho nada pra fazer no momento. Entramos no carro e logo estávamos em frente a casa mais simpática que eu vira até agora. Um muro baico na frente indicava que ali ficaria lindo um jardim, uma porta no meu da parede larga com uma janela de cada lado, de madeira e pintadas de amarelo igualmente a porta de madeiras e duas partes. A casa pintada de verde claro, tinha dois degraus para entrar na sala que ficava na janela da direita para quem entrava e o quarto na janela da esquerda, Todas com portas igualmente divididas em duas partes, um corredor levava para uma cozinha enorme com um balcão de madeira separando uma espécie de sala de jantar, uma porta dava saída para um quintal muito simpático com alguns mamoeiros já todos carregados, um pomar havia sido muito bem cuidado ali. O banheiro ficava do lado de fora embaixo de uma varanda de telha romana. Todo o quintal tinha muro, diferentemente dos demais vizinhos. Coisa rara por ali, pois não havia visto ninguém na rua. Acertei com seu Elpídio em quanto ficaria o aluguel e quanto eu teria que adiantar, ficamos acertados, ele ficou de trazer-me o contrato e os recibos. O contrato por enquanto ele iria dar-me um mês para experiência. Tão logo ele saiu fui ver direitinho todos os detalhes. Fiquei a imaginar, como que eu tive tanta sorte assim em arranjar tudo tão certo na primeira tentativa? Era mesmo para eu ser uma pessoa solitária.No quarto tinha suas camas de solteiros, uma com o colchão melhor, um guarda roupas de solteiro, uma penteadeira, tudo em mogno tipo antigo, fui até a sala, lá encontrei duas cadeiras de balanço de madeira e palhinha na cor preta, uma cadeira namoradeira e um sofá de dois lugares e duas almofadas com tecido de seda verde lodo e franjas amarelas. Não existia quadros, nem enfeites algum, na cozinha tinha um fogão à gaz branco de 4 bocas, um armário com alguns utensílios e panelas. na sala dividida pelo balcão tina uma mesa de madeira em mogno com 4 cadeiras. Não havia enfeites nem quadros. Fui até a varanda e entrei no banheiro, observei um vaso sanitário branco, uma pia branca, um chuveiro funcionando bem, as paredes todas internas eram também verde claro. Bom eu já estava instalada, precisava pensar agora um modo de ganhar dinheiro, como iria me alimentar, se odiava cozinhar, mas certamente nisto também eu me viraria, enquanto pensava na parte financeira, afinal eu tinha me aposentado há poucos meses, ou melhor 3 meses, era apenas um salario e meio, mas ia dar ser solitária não deve custar caro e eu pretendo nunca ficar parada vou procurar me virar. Por falar nisto estou sentindo fome. Resolvi descer e ir até o armazém, lá compraria algumas coisas e já tomaria pé das coisas que eu precisaria comprar. Olhei no alpendre e vi pendurados: Vassoura, Pá, rodos, borracha para molhar jardim, enxada, e dois baldes. Achei tudo organizado demais, parecia que tudo fora preparado pra mim. Do meu sistema e modo. Tudo limpo. Desci era 5 horas, fui encontrando pessoas que vinha da roça, todos me cumprimentavam, alguns até pareciam saber que eu estava morando ali. Um ônibus parou e dele desceram algumas mulheres e homens que vinham certamente de outra cidade. Pessoas que trabalhavam fora.
PRIMEIRA NOITE NA SOLIDÃO
Depois de fazer um lanche com pão, ovo, presunto e queijo branco e tomar um suco natural de uva, de garrafa é claro. Fui desfazer a mala, quanta coisa idiota, quanta roupa que eu nem cheguei a vestir, sapatos novos, mas o que mais me entristecia era o dato que não me achava dentro daqueles vestidos, não pareciam nada comigo. Tive uma ideia: Um bazar, farei um bazar, venderei tudo baratinho, e comprarei roupas como eu gosto, ou mandarei fazer, ou eu mesma farei, isto eu os farei. Eu estava entusiasmada, nem vi as horas passarem, havia comprado um relógio despertador. Não vou ficar sem fazer minhas caminhadas. Fui colocar meus lençóis na cama, vestir meu baby doll, escovar os dentes, fechar bem as portas e verificar tudo antes de dormir. Minha primeira noite em minha casa, na minha cama e só. Nem demorei dormi e acordei com um rumor de pessoas passando na calçada, eram trabalhadores indo pras roças. 5 horas da manhã? Durmo mais um pouco e levanto para caminhar. A vida segue enfrente e tenho muito que fazer.Nem sonhos tive. Preparei-me pra caminhada, passeio protetor solar, coloquei meu chapéu de abas pequenas e bem feminino. Fechei a porta e fui, passei por algumas pessoas, estudantes, trabalhadores, pessoas comuns e todos me cumprimentavam com um bom dia. No final de minha rua encontrei um uma quitanda e que vendia também verduras e legumes, parei e perguntei ao senhor onde era o melhor lugar para se fazer caminhada, este com um pacote de bolachas caseiras na mão respondeu-me logo perto ali duas ruas pra direita segue enfrente a senhora encontra o lago, é lá que o povo anda pela manhã e a tardinha. A senhora tá de passagem por aqui ou vai morar? Olhei para o senhor baixinho, magro, de óculos de muitos graus, vestido de camisa de tecido e calça social, já meio batida, mas bem limpas e passadas, tinha um ar simpático e não estava fofocando , apenas curioso como todos estavam, respondi-lhe com uma pergunta: O senhor teria café para eu beber antes de caminhar? É que vou morar aqui e ainda não me organizei direito, alias até estou organizada demais para quem chegou ontem, e dei uma risada que foi acompanhada por seu Dener, que prontamente me indicou a entrada e mandou que eu me servisse de café que estava em uma garrafa térmica e foi logo oferecendo bolachas e eu servi-me de duas, tomei o café em silêncio e ao terminar falei-lhe coloque em minha conta, meu nome é Maria Pereira e moro no número 268. Atá mais tarde. saí a procura do lago, fui encontrando mais pessoas que se encaminhavam pra lá e assim dei minha primeira caminhado no lago são Mateus, lugar simplesmente magnifico, deslumbrante, cheio de amoreiras e oliveiras, bancos, e alguns instrumentos para se fazer alongamento, um pequeno parque para a criançada brincarem, fiquei a me imaginar no paraíso. Era tudo muito arrumadinho demais, estava tudo dando certo demais para quem saíra de tão longe deixando apenas um bilhete dizendo: Deixo todos em paz e quero que me deixem viver meus dias em paz. Adeus. No espaço de uma hora terminei minha caminhada, fiz meus alongamento e subi de volta pra casa, precisava saber como faria minha alimentação. Passei novamente na quitanda que desta vez tinha algumas pessoas fazendo compras, esperei discretamente do lado de uma banca de verduras, por alguns minutos pois logo seu Dener perguntou-me se ia levar algumas verduras, não sr. só queria uma informação respondi e logo dizendo: Onde se vende marmita, tipo comida caseira? Ele sem vacilar falou na casa da dona Marilene, vizinha da prefeitura, comida melhor da cidade, nem no restaurante tem comida igual e mandar entregar, pode ir lá e diga que eu indiquei que ela faça um preço bom pra senhora, viu? Tá certo seu Dener, farei isto. Obrigada, olhe depois acerto o café, ele disse apenas deixe disto o café foi uma gentileza da casa e quando quiser compras qualquer dos meu produtos, fique a vontade que eu abro uma caderneta em seu nome, pronto fica mais fácil assim, né mesmo? Sim, obrigada. Fui direto pra casa, uma subida e tanto, alias todas as ruas eram subidas, o lago ficava formando um cento, as ruas nasciam lá e terminavam no alto com a última rua para depois se tornas plano e com um imenso cruzeiro com a imagem de Jesus crucificado fixado em um enorme e forte quadrado de concreto, tinha um escrito em latim e a data da benfeitoria. Uma corrente protegia o o cruzeiro e uma mureta protegia todo o quadrado de onde se podia ver toda a pequena cidade, era o lugar mais visitado pelos visitantes, de lá se via uma enorme campo de plantio de arros, no brejo formado pelo rio quando de sua cheia, era época de colheita, mas a direita se via uma mata fechada, mas dava pra se notar algumas enormes pedras estre as árvores, um amarelo, roxo, branco se fazia notar com exuberância sobressaindo da mata, eram os ipés que mais pareciam arco íris querendo surgir por estre o verde da enorme mata. Este era o final de minha rua, rua da Luz, 268-Centro-MG. Era lá a minha morada solitária.
Tudo arrumado de acordo com a solidão: Marmita já escolhida de acordo com meu paladar, entregue na varanda caso eu não estivesse. Recibos de alugueis preparados sempre de acordo com o proprietário paga-se mora, não paga sai, nada de contrato, só um demostrativo do que se encontrava na casa e estado que se encontrava a casa. Danificou, estragou arruma-se por conta. Justo, muito justo. Qualquer alteração falar com o responsável: Sr Elpídio Laranjeiras Silva.
Quinto dia na cidade, já me sentia a vontade até a lanchonete, os carrinhos de cachorro quente, o bar da nega Ana que ficavam ao redor do lago, do lado de fora da proteção do calçadão. conheci também a pracinha onde a partir da sexta feira se montavam barracas de várias produtos, fui até lá e perguntei pra uma senhora como se poderia arranjar uma barraca daquelas, ela prontamente foi falando sem parar, mas deu-me todas informações. também mostrou-me uma que estava desocupada, abusando um pouco da sua disposição perguntei se lá já havia bazar de roupas e sapatos, coisas usadas, não! falou-me com todo certeza, não! Tem não. E é uma boa ideia. Vá logo até a prefeitura resolver a documentação, tudo aqui se resolve lá. Querendo brincar perguntei lá também é a delegacia? Ela soltou uma gargalhada contagiante, deu-me um tapa nas costas e informou: A delegacia fica na rua do colégio estadual Dr. Eduardo Siva Pinto e fica na rua Tiradentes. Agradeci e fui atá a prefeitura. Novamente encontrei com o Elpídio, mas desta vez era com uma moça que tinha que resolver tudo, a Lidiane uma loira oxigenada igual eu. Muito solícita porém seria. arrumou tudo e em duas horas estava eu com meus documentos de vendedora em mãos faltando um atestado de antecedentes criminais que eu mesma fui tirar. um dia e tudo estava pronto, chaves nas mãos e eu ia arrumar minhas mercadorias. Passei pela loja tem de tudo, comprei cabides , de todos os tamanhos e modelos até redondos, comprei mais algumas coisinhas. Seu Raimundo, falei no meu cearense paulista, o se não sabe quem teria uma arara usada pra me vender? Ele riu e perguntou, arara? ave? Eu ri e expliquei o que seria uma arara, um pau com pés para pendurar bastante roupas, rimos os dois e este falou-me para esperar um bocadinho enquanto ele fazia um telefonema, esperei dai uns minutos ele retorna dizendo que tem a arara pra me vender, fizemos negociação, juntamos tudo e ele mandaria entregar na minha barraca lá pras 4 horas. Eu era todo entusiasmo, seria independente! Não teria que ouvir tantos desaforos e humilhações, poderia até ter meus desgostos, minhas contrariedades, mas seria de pessoas que eu não amava. Não doeria tanto.
Quinta feira: Minha barraca estava aberta, linda de viver, fiz com a ajudo do Elias um rapaz de uns 15 anos que servia mesmo ali nas barracas pra quem precisasse de seus serviços, qualquer serviço, era pau pra toda obra. Estou de vestido longo, minha roupa predileta, vestido de alças, sandálias calçado confortável e de pequeno salto, cabelos soltos e de maquiagem levemente verde, sobressaindo meus olhos claros e realçando meus loiros cabelos nos ombros. Ainda sou uma mulher bonita nos meus 60 anos, mas assusto-me com um grito do Elias que vem em minha direção e mãos na cintura, todo alvoroçado: Bonito está toda barraca, tudo em ordem, mas falta o principal d. Íris: O nome , o nome! Eita! Né mesmo que esqueci desse detalhe menino. E agora como vamos providenciar isto já são 5:20 logo começarão chegar meus clientes, como faremos? Sabe quem pode fazer isto pra nós? Hora! Não me desvalorize, diga-me o nome e como quer o formato das letras e antes de fechar já terá sua placa instalada aqui todo charmosa. Pois bem escrevi o nome e encarregue o de escolher as letras e a cor.
Meu primeiro negócio: Tinha que ter muitas energias positivas. Fiz uma oração e fiquei atenta aos primeiros clientes, mas quem veio mesmo foi a Neide fazer-me uma visita e com sua vos estrondosa e risonha elogiou o tanto que pode e falou você vai vender é tudo hoje, quando não até domingo acabou tudinho. Fiquei feliz pelo sua força, afinal era minha ideia que pela primeira vez havia enfrentado só.
Todas mulheres passavam e perguntavam, olhavam, elogiavam, mas iam embora sem comprar nada, mas de repente duas mocinhas se aproximaram e experimentaram as bijuterias, os lenços e uma blusa. Compraram algumas coisas. Fui benzer o dinheiro ante de colocar no caixa, uma caixa de papelão que ficava por baixo de uma pacote de toalhas bordadas que comprei no armarinho tem de tudo.Vendi mais duas sandálias, era um preço e fiz as duas por menos. A feira acabava a meia noite, tudo tinha que está fechado antes da uma hora. Era já 10:40 quando ouvi o grito do Elias todo esbaforido mostrando a placa que merecidamente estava linda. Surpresa fiquei só com os olhos cheios de lágrimas ao ler em numa tábua verde com letras brancas: Bazar Íris Horizonte, o formato das letras dava a impressão que estavam lá longe saindo do horizonte. Ele vendo-me emocionada tomou atitude e foi pregando a placa no lugar de mais destaque que ele já havia escolhido. Elogiei seu trabalho e fomos acertar já todo o serviço que ele me havia prestado durante todo tempo.
Eu mesma coloquei todas as coisas no seu devido lugar e fechei a Banca. Orgulhosa dei uma olhada para o nome. Senti que estava renascendo no novo horizonte. Ali seria minha vida, solitária e feliz vida.
Ao voltar da caminhada dei uma olhada no quintal e vi que tinha muitos mamões prontos para serem colhidos, andei pelo quintal, achei uma vara com um saco na ponta, imaginei pra que servia e fui colher os mamões. Fui até a quitanda e negociei todos eles. Comprei frutas e bolachinhas. com minha lista de compras fui ao mercado e comprei o material de limpeza, café, adoçante, velas, fósforos, pois odeio ficar no escuro, caso a luz apague, tenho sempre uma vela comigo. Comprei leite lembrei que a geladeira estava vazia, comprei algumas coisas a base de leite, queijos, sucos de de caixinha e pedi pra que entregassem.
A feira estava dando certo, meu estoque estava ficando baixo, os vestidos todos já vendidos só restando algumas calças jeans e blusas, mas as sandálias e sapatos se foram todos. Tinha algumas bijus, panos de pratos, toalhas, quadrinhos, algumas coisas compradas lá mesmo em Sta Maria do Carmo. Eu precisaria ir ao um mescado grande de uma cidade grande. Me informei com a Ângela minha vizinha do lado esquerdo da banca e ele adiantou-me que na terça feira tinha excursão para Belo Horizonte para compras. Lá eles aceitavam cartões, deu-me todas informações e fiquei por dentro do esquema. Mas uma coisa me apertou: Cartões de crédito? Oxente! Eu os tinha deixado todos lá na antiga morada, não pretendia trazer nada que fosse me deixar dependente.Perguntei onde ficava o banco do Brasil ou a caixa econômica. Ela falou rua presidente Kennedy. logo no começo, cabe onde é? Sei , respondi e agradeci. Tirei a tarde para me organizar meu lado financeiro e econômico. Fiz transferência dos meus recebimentos da aposentadoria, abri conta na Caixa econômica, Depositei uma certa quantia na poupança e na conta a fim de ter direito a um cartão de crédito e pedi urgência, mostrei-lhe meus documentos de comerciante. Ao voltar com
meus documentos, o atendente olhava-me com curiosidade, e perguntou-me: Senhora já consta que a senhora tem cartões de credito em conta conjunta, eu o cortei com educação porém firme: Eu posso ter minha conta e meus cartões separadamente em meu nome, sr? É exatamente isto que quero meu cartão com meu nome, entendeu? Posso ter um cartão provisório até segunda feira? Por favor.
Voltei um tanto aborrecida, ainda ia demorar para ser solitária, mas já estava no caminho certo.
Meus vizinhos de casa do lado direito eram pessoas discretas e quietas, era formados por um casal e dois filhos de 18 e 20 anos, ambos solteiros e estudantes, trabalhavam na lavoura. Os da casa do lado esquerdo eram um casal de de seus 60 e 70 anos tinhas 8 filhos todos casados, 14 netos e 3 destes filhos moravam em Goiânia, 5 moravam aqui em Santa Maria do Carmo alguns trabalhava no pequeno comercio, outro era o dona da panificadora e os as irmãs trabalhavam com ele. O casal de dicavam em casa o tempo todo só saiam para a igreja à noite de domingo, terças e quintas. Um povo tranquilo, mas barulhentos quando todos juntos.Na frente quase todos moradores trabalhavam e quem não trabalhava vivia limpando a calçada, a casa e o quintal , pois quase todas as casas tinham quintais enormes. O terreno era 40X15, alguns tinham muitas árvores frutíferas e florais. Na esquina da direita morava uma enfermeira casada com um mecânico, não tinham filhos. Na esquina da esquerda morava um advogado casado com uma cabeleireira dona do melhor salão de beleza da cidade.alguns outros moradores me chamavam atenção uma turma de 4 jovens que faziam faculdade na cidade vizinha e que moravam aqui por ser mais barato o custo de vida.
Já completava um mês de minha solidão, que na verdade andava muito movimentada: Ainda não estava fixa uma rotina, era caminhada pela manhã, arrumar casa, final de semana a banca que estava vendendo muito bem, fiz compras maravilhosas em BH, fui ao cinema no domingo anoite, lembrei-me então de comprar um computador, ainda não tivera sentido tanta falta de um, mas resolvi e fui até a cidade vizinha , lá era grande e tinha muito movimento, encontrei depois de muito pesquisar, uma teve das mais modernas e um notbook, alem de uma colchas de cama, lençóis e toalhas pra mesa e de banho. A cidade era grande mesmo e parecia em bom desenvolvimento, não tive dificuldade em comprar o que pretendia. Fiz no cartão em alguns pagamentos, dei como referencia minhas duas vizinhas de banca. Comi alguma coisa leve por lá mesmo e só voltei pra casa no ônibus das oito horas. Já estava cansada, tomei banho e fui deitar-me, vivia cansada com tantos afazeres, por isto não tinha tempo para perceber que estava só nem falta da teve e do computador havia sentido.
Inventei de fazer um jardim, chamei o Elias e pedi-lhe conselhos, este prontamente me ajudou, fizemos um jardim lindo, coloquei até lâmpadas led, plantei flores e cactos, fizemos uma bonita mistura, colocamos pedras brancas separando cada canteiros, e mini rosas de um lado e do outro na passagem pra casa. Ficou lindo meu jardim, o Elias é um rapaz muito inteligente e de muitas qualidades, por isto não tem emprego fixo, pois está sempre com trabalho. Aconselhei o a pagar a previdência como autônomo assim não teria problemas quando na idade para aposentar. Ele achou uma ótima ideia.
Chegaram minhas compras, meu computador e minha televisão. Fui em busca do instalador de antenas.
Nova vida, tudo novo. A tv me deixaria a par todos acontecimentos pelo mundo, afinal eu queria a solidão, não a desinformação. O pc me colocaria no mundo virtual, onde de uma certa maneira controlamos nossa solidão, só acessamos quem queremos e não damos satisfações dos nossos atos aos amigos virtuais. E também gosto de escrever, senti falta nestes quase dois meses. O importante é que estou bem, ninguém me perturbou, ninguém me desrespeitou. Aqui sou a Íris da banca Íris Horizonte, aquela senhora de cabelos loiros, bem cuidada, simpática, cumprimenta todos com educação, usa no dia a dia vestidos longos e sandálias de saltinhos baixos, está sempre com uma discreta maquiagem e um sorriso feliz nos lábios e nos olhos. Faz caminhadas no lago todas as manhãs com roupas de moletom, tênis e chapéu, ela tem uma coleção deles. Ela mora na casa verde claro com portas e janelas amarelas e tem um jardim mais bonito da cidade. Mora só e nunca a Vimos receber visitas, mas uma vez por mês vai a Goiânia ou Belo horizonte, gosta de ler no lago aos domingos, vai muito à locadora e já sabemos que é escritora. Não tem amigos, mas todos gostam dela.
Ela é uma pessoa de estilo próprio.
É uma solitária feliz
Iris Reflete
Postado por Arcoiris No Horizonte 19:30às Quinta-feira, Julho 21, 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

12/07/2011

O lado revolucionário da Maria.

A Maria anda desolada estes dias, agora deu deixar de olhar suas revoltas individualista e se revoltar com os encalços da vida dos outros, apesar que ela sempre foi muito preocupada com amigos, vizinhos, ela nunca foi muito envolvida politicamente nas decisões e atitudes dos nossos donos do mundo, sempre foi mais uma eleitora quieta e cumpridora de suas obrigações sem no entanto se incomodar em cobrar deste ou daquele político uma ação ou reação à favor dos menos favorecidos. Esta semana no entanto diante de um fato de extrema violência contra os cidadães de uma favela aqui em Ribeirão Preto, vi a Maria se exaltar de uma forma que me abismou, fiquei de mais surpreendida. Eu acreditava que a Maria nunca tinha ligado para estes fatos, pois nunca tinha nem dito uma palavra sequer, nem contra nem a favor de quem quer que seja, mas de uma hora pra outra virou uma fera, parecia ter acordado diante de um pesadelo daqueles, sua vontade era pegar o carro e sair imediatamente até o local e fazer alguma coisa, tomar uma atitude, não o fez, mas deu alguns telefonemas para aluns que já lhe deviam atenção. Não satisfeita escreveu onde podia mostrando sua indignação. Procurou ajudar materialmente como pode, mas a situação realmente era lastimável e somente os políticos, aqueles que foram lá atras dos seus votos poderiam tomarem uma atitude digna de uma pessoa que está no poder. Mas até hoje a situação permanece sem solução, como todas as outras já vista não só aqui em Ribeirão Preto, mas em todo nosso país. Agora eu entendo porque a Maria nunca se manifestava, ela assistia sim a tudo e ficava calada, pois simplesmente ela perdeu a esperança nos homens que se matam, se sujam, se violentam para ter o poder, depois que o tem em mãos, só se sujam mais e mais. Quer saber Maria não sabe nem se pode acreditar que existam pessoas limpas de fato neste meio, ela acha que é como um chiqueiro: Caiu dentro fica sujo também.
Quanto aos que se acham donos do mundo a Maria tem uma coisa para dizer: Quem é dono de algo cuida, conserva, ama,é responsável e para ser dono deste mundo que já nos foi entregue perfeito. Não senhores, vocês não são donos nem do que vocês conquistaram, vocês mal são donos de suas próprias vidas.
Não sei se vale alguma coisa o desabafo da Maria , mas este mostrou-me que ela é capaz de lutar por outras causas que não seja só sua família, seus amigos, seu mundinho. Estou orgulhosa pela Maria ter acordado e ter tomado já algumas atitudes que me deixou pensando: A Maria começou a somar.
Íris Pereira

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Raimundo Fagner

Raimundo Fagner
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Chico Buarque de Holanda

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Cantor